Pensando a tecnologia

“[…] a tecnologia não determina a sociedade. […]” (p. 25)

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. (A era da informação: economia, sociedade e cultura, v. 1).

 É curioso se deparar com uma frase como essa, sobretudo por ter sido escrita por Castells, sociológo espanhol que, querendo ou não, defende as tecnologias, além de ter causado uma certa revolução ao analisar como elas modificaram  as relações humanas em todos os níveis, em maior ou menor grau. Essa frase me traz certa tranquilidade. Em uma sociedade absurdamente atrelada à um mínimo de tecnologia (e aqui me lembro de outra passagem de Castells, no qual diz que cada sociedade tem sua tecnologia, por mais rústica que seja), ainda há espaço para atividades puramente humanas, isto é , para as quais não dependemos de máquinas: pensar, meditar, descansar etc.

Mas o que é o homem sem a máquina? Com certeza, há muitos estudos sobre isso, mesmo que eu não saiba absolutamente nada. Mas como é possível afirmas  “com certeza”? Simples, nada que uma busca na Internet não resolva. Melhor ainda: posso ter apenas ouvido falar. E esse “ouvir falar” tenderá, cada vez mais, a ser trocado por “li num blog”, “vi no site da revista/jornal…”. Cada vez mais, assim, a máquina passa a definir a visão de mundo do homem. É por isso, também, que vez  ou outra encontra-se artigos relacionados à “maquinização/tecnologização do homem”. É uma armadilha muito fácil de se cair, infelizmente. Não é nada, no entanto, que o homem não possa resolver por si mesmo… sem máquina ou tecnologia, é claro.

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