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Fonte:
Liberando o Conhecimento: um manifesto bibliotecário para a mudança – Dora Ex Libris » Liberando o Conhecimento: um manifesto bibliotecário para a mudança
por Barbara Fister
As bibliotecas são um exemplo interessante das transformações radicais pelas quais o ensino superior está passando. A virada neoliberal que levou à mercantilização do que os acadêmicos fazem – ensinar e criar conhecimento – teve um efeito profundo na biblioteca universitária. Mas a política econômica da biblioteca em transformação é invisível a muitos docentes, para não dizer a maioria. Os atuais problemas financeiros que as bibliotecas encaram – o aumento no custo de assinaturas de periódicos e bases de dados, encolhimento do orçamento, e cortes tanto horas de contratação de pessoal e estagiários que nos levam a trancarmos as portas cedo (em pelo menos um caso, levando os estudantes a criarem seus próprios ambientes de estudo durante os exames finais em protesto, diante de uma biblioteca fechada) – são consequencias naturais do modelo de tratar estudantes como consumidores, a universidade como individuos contratados para ministrar cursos mas deixando a administração da universidade para um quadro crescente de administradores, e conhecimento como propriedade intelectual a ser monetizado.
Embora os estudantes migrem para as bibliotecas como lugares para socializar, estudar e trabalhar em pesquisa, os bibliotecários estão fazendo o seu melhor para ir ao encontro de suas necessidades e as necessidades de acadêmicos trabalhando em seus laboratórios, escritórios e (quem sabe?) em seus carros uma vez que se movem de um trabalho onde não existe escritório para outros lugares, a identidade da biblioteca como ambiente intelectual comum, uma esfera pública esclarecida e moralmente descompromissada onde ideias se misturam e dão origem a novos conhecimentos, está em perigo. De acordo com um estudo mais recente sobre comportamento acadêmico conduzido por Ithaka, a organização não-lucrativa que traz fontes acadêmicas digitais em rede tais como o JSTOR, a universidade cada vez mais valoriza a biblioteca primeiramente como um comprador das informações que precisam [1]. Eles colocam menos ênfase, em relação a questionários anuais realizados anteriormente, na biblioteca como um portal para o conhecimento ou uma instituição que o preservará para um bem maior.
De vários modos, as bibliotecas trouxeram esta mudança de identidade para si mesmas. Bibliotecários são bons em achar modos para partilhar a informação mesmo quando seus orçamentos estão em queda livre, e eles são tecnologicamente mais experientes o bastante para fazer com que seja possível que sua comunidade acesse a maior parte das informações pelas quais a biblioteca paga, sem precisarem por os pés na biblioteca. Isto tudo é para o bem. Infelizmente, bibliotecários não são nem de longe tão adeptos em chamarem a atenção para os seus valores centrais: a defesa da liberdade intelectual, igualdade no acesso a informação e privacidade que assegura inquérito irrestrito por medo de possíveis consequencias. Estes valores tem sido comprometidos uma vez que bibliotecas pagam tributo à licença de informação à corporações e de sociedades acadêmicas que agem como corporações – e por acadêmicos que fazem parte do jogo sem considerarem as consequencias.
Juntamente com esta identidade emergente para a biblioteca como agente comprador ao invés de instituição cultural, o questionário mostrou que a universidade tem uma visão decididamente conservadora de como acadêmicos devem compartilhar o conhecimento que produzem. É muito mais importante publicar nos periódicos certos ou conseguir contratos de livros com as editoras certas do que se preocupar com que a informação publicada seja amplamente disponível. Afinal, ser publicado é a única coisa que importa quando é hora de obter alguma concessão ou subir de cargo e acadêmicos confiam na sanção da autoridade conferida por uma publicação tradicional. Acesso ao conhecimento – esse é problema de outras pessoas. Essa indiferença desinformada está preparando o terreno para uma nova tragédia do commons: um mundo no qual conhecimento é tornado em propriedade intelectual, monetizado e feito escasso artificialmente.
Esses dias, uma grande porcentagem de qualquer orçamento de biblioteca universitária vai para o aluguel temporário de informação. Cada ano, bibliotecas acadêmicas pagam às corporações e sociedades acadêmicas bilhões de dólares para acesso a base de dados e periódicos com textos completos. Se a biblioteca teve um ano ruim e não pode pagar uma assinatura, este material desaparece. Todo ele, instantâneamente. Existem algumas exceções a isto; os conteúdos da JSTOR são tecnicamente propriedade e não licenciados. Bem como são algumas coleções arquvísticas caras e imensas tais como as do Early English Books Online. Se uma biblioteca pudesse achar uma forma de hospedar este conteúdo em seus próprios servidores, ela poderia legalmente continuar a prover acesso à eles. Mas uma grande porção das prateleiras virtuais da biblioteca poderiam ser esvaziadas num estalar de dedos, uma repentina reintegração de posse de materiais culturais se o aluguel não for pago.
“Todo ano, bibliotecas acadêmicas pagam às corporações e sociedades acadêmicas bilhões de dólares para terem acesso a bases de dados e periódicos com textos completos”
Acesso a este material está apenas disponível para aqueles atualmente filiados com uma instituição que possa pagar. Uma vez que nossos estudantes se formam, a maioria do material de pesquisa aos quais eles tinham acesso é fechado a eles. E acadêmicos independentes também estão sem sorte. Em um caso, um acadêmico que conheço queria assinar uma versão digital de documentos antigos de igreja, uns que foram do domínio público por séculos e foram cuidadosamente indexados por acadêmicos no século XIX. A companhia que criou esse útil arquivo digital não o deixará disponível para as pessoas por nenhum preço. Isto pode prejudicar o mercado de assinaturas para bibliotecas. Bibliotecas tem que pargar dezenas de milhares de dólares por esta base de dados, que provavelmente será utilizada apenas por alguns acadêmicos de sua instituição. Eu não posso dizer um número exato pelo preço da assinatura por que o custo das bases de dados é negociado em segredo e é considerado pelos editores como informações exclusivas.
Bibliotecas públicas são instituições democráticas prósperas que são muito utilizadas, com visitas, circulação per capita, e uso de internet crescentes nos últimos anos [2] .Várias biblioteca públicas provém acesso a um número de bases de dados, geralmente através de subsídios estatais, mas poucos podem bancar bases de dados especializadas e periódicos caros dos quais os acadêmicos dependem. Como um indicador dos custos envolvidos, uma assinatura da biblioteca ao periódico impresso Science custa mais de US$900 anualmente, e uma assinatura eletrônica custa várias centenas de dólares por apenas um periódico, baseado no tamanho da comunidade. Poucas bibliotecas públicas tem sido capazes de bancar até mesmo os periódicos mais básicos, e o orçamento das bibliotecas públicas é instável, ameaçado por cortes orçamentais profundos [3].
Enquanto escrevo isso, eu posso escolher qualquer número de paradoxos incompreensíveis das notícias diárias da minha profissão. Aqui está um exemplo: quando pesquisadores que queriam analizar o custo de “grandes coisas” – negócios de assinaturas de pacotes em que as bibliotecas tem que assinar conteúdos que não querem para terem acesso aos periódicos que querem – Elsevier foi à justiça para fazer com que parássem de obter informações sobre preços através de pedidos de Freedom of Information Act, argumentando que o interesse público seria prejudicado se o publico soubesse o quanto gastam nesta bases de dados. Felizmente, o juiz discordou. [4]
“Uma grande parte das prateleiras virtuais das bibliotecas podem ser esvaziadas num estalar de dedos, uma repentina reintegração de posse de materiais culturais caso o aluguel não for pago”
Aqui está um outro exemplo: enquanto escrevo, o Congresso está realizando audiências sobre um projeto de lei que exigiria que os pesquisadores cujos trabalhos são financiados pelo governo federal apresentassem os resultados ao público dentro de um ano da publicação [5]. Me parece razoável o bastante. Afinal, o trabalho foi pago por contribuíntes. Mas os editores argumentam que o acesso livre será a ruina da pesquisa rigorosa. Eles declaram que não há nada errado com o status quo. Eles afirmam que são suas corporações que provém a revisão de pares (quando na verdade, a revisão de pares é feita voluntariamente por acadêmicos e é tão rigorosamente conduzida em periódicos de Acesso Livre; além disso, vários destes editores criam terceiras – e quartas – revistas acadêmicas expressamente para publicarem pesquisas que não foram aprovadas em periódicos ainda mais seletivos). Um porta-voz editorial afirmou que eles obtém os direitos dos autores (quando na verdade os autores são obrigados a entregarem os direitos e pagar quaisquer taxas de permissão) [6]. De acordo com um editor, qualquer lei criada “para solucionar um problema que não existia está ameaçando a criação de empregos, o crescimento econômico e a inovação científica em nosso país” [7].
O que é realmente problemático é que este argumento que desafia a lógica foi feito não por um barão corporativo dividido com acionistas que apenas se preocupam com lucros, mas por um representante da American Psychological Associantion, que ganha mais de US$79 milhões em publicações e bases de dados de acordo com a apresentação de seu IRS (imposto de renda) mais recente (2008); a apresentação também indica que o Diretor Executivo (CEO) da associação ganhou mais de meio milhão de dólares em compensação anual [8].
Um membro do Congresso preocupou-se em voz alta, dizendo que tornar a pesquisa disponível permitiria que entidades estrangeiras beneficiassem-se de nossa propriedade intelectual. O legislador aparentemente está confuso sobre o fato de que a maioria dos direitos de propriedade do sistema atual são propriedade de editores, vários deles estrangeiros, ansiosos para vender seu produto para qualquer um disposto a pagar. A ganância não tem fronteiras. Mas a indústria editorial criou esse medo, aumentando o espectro de estrangeiros com acesso às pesquisas norte-americanas em seus materiais de propaganda contrários a aprovação desta lei. [9]
E aqui está outro exemplo: organizações de bibliotecas não estão imunes da ganância corporativa. Quando a Michigan State University, encarando dolorosos cortes orçamentários, tentaram contratar serviços de catalogação mais baratos dos oferecidos pela OCLC, uma grande cooperativa não-lucrativa de bibliotecas, a OCLC respondeu aumentando a taxa que a universidade teria que pagar para contribuir com o catálogo massivo da união WorldCat, uma taxa de crescimento projetada explicitamente para apagar qualquer economia. OCLC argumentou que ela tinha que jogar duro para proteger o seu “modelo de negócio” [10]. O Diretor Executivo da OCLC também ganha mais de um milhão de dólares anualmente em compensação.
O problema com as publicações acadêmicas é que o modelo de negócio que elas adotaram gerou tanta renda que precisa ser protegido contra o perigo representado pelo conteúdo acadêmico sendo compartilhado livremente. O único modo de sobrevivência para este modelo de negócio é tornar a informação seja escassa, uma mercadoria cara disponível apenas para os que podem pagar.
Enquanto isso, em desespero, as bibliotecas que não podem bancar as grandes bases de dados estão fazendo contratos com editores comerciais como a Elsevier para permitir que a universidade tenha acesso à base de dados do editor e faça pedidos diretamente pelos artigos que querem ler, artigos que podem custar entre 30 e 50 dólares cada. O que a biblioteca e sua instituição hospedeira ganham com isso? Nada além da conta. Ano passado, as universidades demitiram trabalhadores, alunos se esforçavam para pagar mensalidades mais altas e bibliotecas cortaram assinaturas, a Elsevier anunciou lucros de mais de US$1 Bilhão, com uma margem de lucro de 35 por cento. [11]
Como editores comerciais se safam desta mercantilização do conhecimento? É simples. Acadêmicos terceirizaram a avaliação do valor das universidades para os editores. Comitês universitários não precisam ler e avaliar bolsas de estudo para conferirem concessões ou promoções, eles apenas fazem os números. E por que os acadêmicos percebem o quão incrívelmente sortudos eles são se conseguem manter seus empregos seguramente, eles não farão nada sobre isso. Eles estão no modo sobrevivência. Eles imploram para que as corporações explorem seu trabalho submetendo-os aos editores sua propriedade intelectual, e frequentemente pagam por este privilégio, assumindo que a biblioteca de sua instituição irá recuperar seu conteúdo caso precise. Ao invés de aprender como contribuir para o conhecimento de um bem maior, estudantes de pós-graduação são treinados para fazer parte do jogo e competir com sucesso. Este tipo de individualismo é agora tão meticulosamente arraigado na prática das vidas de acadêmicos, que eles nem questionam isso. Estão ocupados demais tentando deslanchar a próxima publicação ou adicionar uma outra linha ao seu Currículo Vitae, por que é assim que a produtividade é definida, e produtividade é tudo.
“Comissões de Faculdade não precisam mais ler e avaliar bolsas de estudo para atribuírem concessões ou promoções, eles apenas fazem os números”
Com o risco de soar como uma marxista antiquada, não há motivo para continuar fazendo as coisas desta forma imbecilizante. Acadêmicos podem ter propriedade sobre seus meios de produção. Como Elinor Ostrom, um prêmio Nobel da economia, escreveu com o co-autor Charlotte Hess, “ação coletiva e novo design institucional fazem uma grande parte na modelagem da informação acadêmica como fazem as restrições legais e forças do mercado” [12]. Nós podemos mudar o sistemas se trabalharmos juntos e severamente rejeitarmos a competição individualista por produtividade que tem prejudicado tanto nossas instituições de ensino superior. Precisamos acabar com as cercas levantadas por corporações sobre o conhecimento que produzimos e reinvidicar nosso próprio conhecimento como uma responsabilidade comum a todos.
A biblioteca é conceitualmente um ambiente comum da universidade. Nos anos recentes, ela tem sido incluida e exploradas por corporações, e acadêmicos individuais tem sido ensinados a serem gratos a estas corporações por reinvidicarem o copyright sobre seu trabalho em troca de avanço na carreira. Mas não precisamos fazer isto desta forma.
Sim, compreendo que custa dinheiro organizar o trabalho doado livremente por acadêmicos e para os processos de escritório (a edição, o layout, o espaço no servidor, o acompanhamento administrativo dos manuscritos em processamento) que o processo de publicação requerem. Mas atualmente nos custa muito mais comprar o acesso a este produto editorial, uma biblioteca por vez, do que se você coletivamente pagasse pelo trabalho a ser feito e o tornasse disponível. Atualmente nós não estamos apenas financiando a publicação, também estamos financiando campanhas de marketing brilhantes, quadros de pessoal de venda, e salários de lobistas em Washington que tentam persuadir nossos legisladores de que a propriedade corporativa de pesquisas feitas com fundo público é bom pra nós. Estamos financiando grandes salários de Diretores Executivos e margens de lucro surpreendentes construídas em cima desta escassez artificial de conhecimento que nós mesmos produzimos.
“Estamos financiando enormes salários de Diretores Executivos e margens de lucro surpreendentes construídas sobre uma escassez artificial do conhecimento que nós mesmos produzimos”
A não muito tempo atrás eu tomei emprestado uma folha do Liberation Theology (Teologia da Libertação) para criar o meu próprio manifesto para mudança, algo que eu caprichosamente chamo de Liberation Bibliography (Bibliografia da Libertação) [13]. Enquanto eu estou sonhando, que eu possa então sonhar grande. Aqui está o meu manifesto para mudança:
• Bibliografia da Libertação surge da indigação com a injustiça do sistema atual. Não se trata de poupar dinheiro, é sobre a natureza de empoderamento do conhecimento e sobre a crença de que ele não deveria ser um bem de luxo para poucos.
• Bibliografia da Libertação deve emergira partir de um senso de solidariedade com comunidades que lutam por libertação. Não é apenas questão de alguns acadêmicos e bibliotecários consertarem o sistema de comunicação acadêmica para melhorar as condições para estudiosos; é referente a ação para o bem comum.
• Bibliografia da Libertação reconhece que o mundo não é separado entre o acadêmico e o ordinário. Se o conhecimento importa, deve importar além das fronteiras dos campus, e além das salas de conferência de nossas sociedades acadêmicas.
• Bibliografia da Libertação reconhece que nós estamos implicados em sistemas que pessoalmente nos beneficiam, mesmo quando reconhecemos que estes sistemas são injustos. Quando quer que publiquemos num periódico que irá revender nosso trabalho por lucro e mantê-lo longe de quem não pode pagar, nós colocamos nosso interesse próprio antes de justiça social.
• Bibliografia da Libertação leva a sério o slogan, tão frequentemente inscritos em prédios acadêmicos mais antigos, de que a verdade deve nos libertar – e isso significa que a liberdade deve se estender a todos nós, não apenas uma classe selecionada de acadêmicos empregados e estudantes atualmente matriculados, pagantes de mensalidade.
• Bibliografia da Libertação reconhece quea aprendizagem liberal que promovemos deve ser benéfica a todas as pessoas. Como consequencia, nossas bibliotecas não deveriam simplesmente servir as necessidades imediatas de nossas instituições mas sim aos seus ideais mais altos. Para este fim, as bibliotecas e acadêmicos precisam lembrar às nossas instituições destes ideais que ainda servem de material para incontáveis declarações de missão e slogas mas são ignorados na prática institucional diária. E como indivíduos e membros de uma comunidade, nós devemos agir sobre elas.
Barbara Fister é professora a bibliotecária universitária no Gustavus Adolphus College (Saint Peter, Minnesota, Estados Unidos), onde atua como a presidente do departamento de biblioteca. Além de coordenar o programa instrucional da biblioteca, ela está envolvida com referência, desenvolvimento de coleção e iniciativa desenvolvimento da faculdade. Seus interesses de pesquisa incluem abordagens da graduação à trabalhos de pesquisa, o futuro das publicações e literatura popular. Em seu tempo livre, ela escreve e revisa literatura de ficção criminal. Seu romance mais recente é o Through the Cracks (Minotaur, 2010).
Notas
1. Roger C. Schonfeld and Ross Housewright, “Faculty Survey 2009.”
2. Everett Henderson et al. Public Libraries Survey: Fiscal Year 2008. Washington, DC: Institute of Museum and Library Services, 2010. retrieved 18 September, 2010.
3. Losing Libraries www.losinglibraries.org/ retrieved 18 September 2010.
4. Josh Hadro, “ARL: Ruling Affirms Resolution Against Agreements With Confidentiality Clauses.”
5. Jennifer Howard, “Lawmakers Hear Arguments For and Against Open Access to Research.”
6. Aliya Sternstein, “Publisher Argues Free Access to Research Violates Administration’s Transparency Initiative.”
7. Howard.
8. IRS records of non-profit organizations can be viewed at http://Guidestar.org. Users must register for the free service. The most recent records currently available date from 2008.
9. “Publishers Express Concern Over Government Mandates on Journal Articles.”
10. Larry P. Alford, “The Value of the OCLC Cooperative.”
11. Reed Elsevier Online Reporting Center. Annual Reports 2009.
12. Charlotte Hess and Elinor Ostrom, “The Commons in an Age of Global Transition.”
13. These ideas were originally developed in a series of columns written for Library Journal’s Academic Newswire and were subsequently combined and edited to be published as an article in Library Journal. The author gratefully acknowledges the assistance of editor Rebecca Miller.
Trabalhos Citados
Alford, Larry P. “The Value of the OCLC Cooperative.” January 15, 2010.
www.oclc.org/us/en/multimedia/2010/files/arc/Larry_Alford_essay.pdf (accessed August 1, 2010).
Breeding,Marshall. “SkyRiver and Innovative Interfaces File Major Antitrust Lawsuit Against OCLC.” Library Journal July 29, 2010. www.libraryjournal.com/lj/home/886099-264/skyriver_and_innovative_interfaces_file.html.csp (accessed August 1, 2010).
Fister, Barbara. “Liberation Bibliography: Trumping Ownership With Access—A Manifesto.” Library Journal April 1, 2010. www.libraryjournal.com/article/CA6723666.html (accessed August 1, 2010).
Hadro, Josh. “ARL: Ruling Affirms Resolution Against Agreements With Confidentiality Clauses.” Library Journal, June 29, 2010. www.libraryjournal.com/article/CA6667426.html (accessed August 1, 2010).
Hess, Charlotte and Elinor Ostrom. “The Commons in an Age of Global Transition: Challenges, Risks, and Opportunities.” The Tenth Biennial Conference of the International Association for the Study of Common Property, Oaxaca,Mexico, August 9-13, 2004. http://dlc.dlib.indiana.edu/dlc/handle/10535/2147 (accessed August 1, 2010).
Howard, Jennifer, “Lawmakers Hear Arguments For and Against Open Access to Research.” Chronicle of Higher Education, July 29, 2010, http://chronicle.com/article/Lawmakers-Hear-Arguments-for/123719/ (accessed August 1, 2010).
“Publishers Express Concern Over Government Mandates on Journal Articles.” Professional and Scholarly Publishing Division, Association of American Publishers July 29, 2010 www.pspcentral.org/commPublicAffairs/PublishersExpressConcernOverGovernmentMandatesOnJournalArticles.cfm (accessed August 1, 2010).
Reed Elsevier Online Reporting Center. Annual Reports 2009.
http://reports.reedelsevier.com/ar09/Reports/ (accessed August 1, 2010).
Schonfeld, Roger C., and Ross Housewright. “Faculty Survey 2009: Key Strategic Insights for Libraries, Publishers, and Societies.” Ithaka April 7, 2010. www.ithaka.org/ithaka-s-r/research/faculty-surveys-2000-2009/Faculty%20Study%202009.pdf (accessed August 1, 2010).
Sternstein, Aliya. “Publisher Argues Free Access to Research Violates Administration’s Transparency Initiative.” Nextgov: Technology and the Business of Government, July 30, 2010. www.nextgov.com/nextgov/ng_20100730_1806.php?oref=topnews (accessed August 1, 2010).
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Publicado originalmente no site National Education Association.
Título Original: Liberating Knowledge: A Librarian’s Manifesto for Change.