Bibliotecário indexadores sabem a tarefa árdua que enfrentam na lida diária: leitura documentária, seleção dos conceitos e tradução dos conceitos selecionados na linguagem documentária.
Desses processos da indexação, abordarei apenas o segundo e o terceiro, mais relacionados diretamente com a questão da “análise conceitual”, embora as três etapas ocorram, por vezes, simultaneamente, sendo essa divisão puramente didática.
No escritório de advocacia onde trabalho, desenvolvi uma política de indexação para realizá-la adequadamente. Para tanto, utilizei como base a Política de Indexação da Biblioteca do STJ. Especificamente sobre a análise conceitual de livros no todo, defini o seguinte:
11 O processo de indexação
11. 1 Análise conceitual
Para a indexação de livros no todo, devem ser observados os seguintes elementos: título; sumário; introdução; ilustrações, diagramas, tabelas, gráficos e seus títulos explicativos; palavras ou grupos de palavras em destaque (sublinhadas, em itálico ou em negrito); referências; índice (se houver) e conclusão.
Título: geralmente os títulos dos materiais doutrinários indicam diretamente o assunto.
Sumário: é o “mapa do tesouro”, onde está detalhado o conteúdo da obra e oferece mais detalhes sobre o assunto.
Introdução: geralmente esclarece o assunto pois apresenta o objetivo da obra. Em determinados livros em que não há a introdução, ela pode ser substituída pelo prefácio, se houver.
Ilustrações, diagramas, tabelas, gráficos e seus títulos explicativos: são elementos difíceis de serem encontrados na doutrina. Até hoje, o que vi foi um organogramas explicando instituições jurídicas e suas divisões, e uma tabela contendo artigos de legislação na redação antiga e atual (por exemplo, Código Civil de 1916 e Código Civil de 2002), seguido de comentários explicativos.
Palavras ou grupos de palavras em destaque (sublinhadas, em itálico ou em negrito): nessa situação, o bibliotecário indexador irá se deparar, basicamente, com expressões latinas em itálico. Em negrito, é comum encontrar os títulos das seções e subseções dos capítulos. Vale também conferir palavras em caixa alta que são, comumente, ementas de jurisprudências.
Referências: eis aqui outro “mapa do tesouro”, por indicar não só conteúdo, mas também por permitir avaliar se o autor só cita outros ou se desenvolveu suas próprias ideias.
Índice (se houver): algumas editoras jurídicas costumam publicar índices, sendo os mais comuns o alfabético e o onomástico. O bibliotecário indexador poderá, ainda, encontrar índices de legislação.
Conclusão: encerra a obra e aqui pode-se encontrar ótimas indicações do assunto, possibilitando confrontar com a introdução e verificar se todos os aspectos foram conceitualmente identificados.
Parabéns pelo texto, muito bom.
Muito obrigado, lindaci!
Eduardo.
Gostei do texto, bem simples e direto, como tem que ser!
Olá, Almir!
Obrigado pelo comentário e pela visita!
Eduardo.