Gestão de conhecimento em sociedades de advogados

Por Ana Neves

28 Janeiro 2013 | 13:26

Na passada semana estive no IT4Legal Forum. Trata-se de um evento anual organizado pelo IT4Legal , “um grupo informal dedicado à partilha e divulgação de informação acerca de sistemas de informação nas sociedades de advogados“.

Na ocasião tive oportunidade de fazer uma brevíssima introdução ao tema da gestão de conhecimento e de apresentar os resultados obtidos até ao momento através do questionário de gestão de conhecimento que está na base da terceira edição do estudo “Gestão de Conhecimento em Portugal”.

Foi com base nos resultados apresentados que depois pude moderar uma conversa entre três responsáveis de gestão de conhecimento em sociedades de advogados:

  • Cláudia Gonçalves, Knowledge Manager at Uría Menéndez
  • Cristina Pires, Knowledge Management Director at Miranda, Correia, Amendoeira & Associados
  • Renata Paixão, Head of Knowledge Management at Abreu Advogados.

O tempo do painel deu apenas para levantar um bocadinho do véu sobre as questões da gestão de conhecimento que se observam nas empresas do setor da advocacia. No entanto, ficou claro, tanto pelos resultados no questionário como pelas intervenções das três profissionais, que a gestão de conhecimento é uma clara preocupação das sociedades. E é esta preocupação que justifica a existência de responsáveis formais pela gestão de conhecimento nas três firmas representadas no painel, mas também em mais 11 das empresas a assistir ao evento.

O número de empresas que tem uma estratégia de gestão de conhecimento, porém, já é mais reduzido (9 em 25) e bem mais reduzido é ainda o número de empresas que tem métricas para a avaliação dessa estratégia. Cinco empresas têm métricas de atividade, e apenas 2 têm métricas de impacto, isto é, métricas para avaliar a forma como a gestão de conhecimento está a ajudar, ou não, com os objetivos estratégicos da organização.

A conversa na sala mostrou uma gestão de conhecimento muito focada no armazenamento e disponibilização de conhecimento e informação. É certamente uma características da GC nas sociedades de advogados, já que são organizações totalmente dependentes do acesso a conhecimento e informação anteriores, no formato certo na altura exata.

Existem, claro, outras funções que cabem à equipa de gestão de conhecimento nas firmas de advogados (formação, manutenção das intranets, etc.) mas eu diria que a prioridade é mesmo a da informação.

Termino partilhando uma questão levantada, provocatoriamente, por uma das senhoras no painel e que tinha a ver com a existência de métricas de impacto. Perguntava ela se, conseguindo uma sociedade reduzir o tempo que um advogado demora a aceder a informação para um processo, deverá esta redução de tempo traduzir-se numa redução de horas cobradas ao cliente (caso em que a empresa talvez não tenha muito interesse em reduzir demasiado este tempo) ou se deverá reverter para lucro da firma (caso em que talvez não esteja a ser totalmente honesta com o cliente).

Dá que pensar, hein?

Disponível em: <http://kmol.online.pt/blog/2013/01/28/gc-em-sociedades-de-advogados>. Acesso em: 1 fev. 2013.

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