Esquecer um livro é forma de compartilhar conhecimento

Terra Educação – 27/05/2014

Doar um livro a alguém é sempre uma ótima pedida. Fazê-lo de forma criativa, entretanto, pode ser muito mais divertido. Foi esta a motivação do jornalista paulista Felipe Brandão, 30 anos, criador do Esqueça um Livro, projeto pioneiro no Brasil, voluntário e sem fins lucrativos, que desde o ano passado tem por missão partilhar leitura e incentivar a cultura, a partir do compartilhamento de conhecimento.

O conceito foi inspirado no projeto americano Bookcrossing, que convoca as pessoas a esquecer (propositalmente) seus livros em locais públicos. Com isso, outros leitores têm a chance de encontrar a obra, folhear, adquirir cultura, e esquecê-la novamente no local ou em algum lugar de sua preferência.

“Livro bom, nós temos de passar adiante. Se a partir de uma leitura isso amplia meus horizontes e me faz refletir melhor, eu quero compartilhar com o próximo essa sensação, a partir do livro esquecido, o que gera diversas possibilidades”, justifica Brandão, que estuda o fenômeno do “esquecimento” desde 2007.

Além dos “esquecimentos diários” registrados pelos participantes nas redes sociais, o projeto aposta em grandes eventos. Foram dois até agora: um na Avenida Paulista, onde 200 participantes esqueceram 1.200 obras; e a segunda edição, no Elevado Costa e Silva (Minhocão), onde outros 300 livros foram “perdidos” por 300 pessoas. Para o fim de maio, Brandão planeja um terceiro evento na Praça Roosevelt, no centro de São Paulo.

“Meu desejo é que o livro chegue para quem não tem acesso. Sempre vou fazer esse projeto, até porque cada vez mais pessoas têm se envolvido nisso. Se nos tornarmos um país de leitores, isso nos fará tomar decisões melhores”, diz Brandão.

Acúmulo de livros

Por trabalhar no mercado editorial, Felipe Brandão recebe semanalmente dezenas de livros de diversas editoras, em sua maioria, obras de literatura clássicas e contemporâneas. No ano passado, quando decidiu se desapegar das publicações, ele compartilhou por meio de suas redes sociais a possibilidade de emprestar suas obras empilhadas na estante de casa. Nascia ali o projeto Esqueça um Livro.

O paulista de Pindamonhangaba não está sozinho em sua missão: além dos Estados Unidos, Alemanha e França têm projetos parecidos. No Brasil, leitores de Brasília, Curitiba, Goiânia, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros Estados, aderiram e vêm avisando o Esqueça um Livro pelas redes sociais (só o Facebook do projeto tem 20 mil fãs) onde deixam as obras, estimulando outros leitores a fazer o mesmo.

Disponível em: <http://www.blogdogaleno.com.br/2014/05/28/esquecer-um-livro-e-forma-de-compartilhar-conhecimento>. Acesso em: 30 maio 2014.

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