Pensando em como continuar com as atividades da biblioteca online em 2021?
Então veja como você pode utilizar o conceito de new retail para diferenciar a biblioteca da sua instituição!
O que é new retail?
New retail (novo varejo) é um conceito do varejo criado pelo fundador e CEO do Alibaba, Jack Ma. Esse conceito adota a ideia de 020 (online para offline) + logística + sistema de pagamentos + blockchain + políticas.
Por se tratar de um conceito voltado para o mundo digital, ele envolve dados, tecnologia e integração constante de 020.
Além disso, ele traz consigo três outros conceitos interessantes:
- apesar da digitalização, as atividades continuarão human drive
- “figital”: “dar braços físicos e presença física para as empresas digitais”
- “lobal”: ser local atuando globalmente
E qual a relação das bibliotecas com o new retail?
Veja bem, hoje as bibliotecas possuem serviços e produtos digitais, como:
- self-checkouts (estações de auto-empréstimo)
- sistemas de geração de ficha catalográfica online
- acesso aos acervos eletrônicos
- chatbots para atendimento (ex.: UFC Biblioteca Campus Cratéus)
Bom, esses exemplos podem nem parecer tanta novidade assim. Mas certamente você deve ter oferecido algum deles durante a pandemia, não é mesmo? O fato é que as operações online da biblioteca podem ser melhoradas por meio da captura de dados oferecidos por esses e outros sistemas.
Afinal:
- como oferecer acesso ao acervo com a biblioteca fechada?
- como atender usuários com a biblioteca fechada, além dos tradicionais e-mail e WhatsApp?
Para muitas bibliotecas, aliás, 2020 foi um ano de muita experimentação e (re)adequação de produtos e serviços.
Com tantos dados online que são possíveis de serem registrados e utilizados pelas bibliotecas (veja, por exemplo, dados de acesso de OPACs, dados de uso do site por ferramentas de analytics), e como o new retail se resume a dados, eles podem e devem (atenção para a LGPD!) ser utilizados pelas bibliotecas para melhorar a experiência online e offline do usuário.
Por isso…
…podemos dizer que enquanto as bibliotecas funcionaram (e muitas continuam funcionando!) online em 2020, conforme a situação da pandemia ia se modificando para melhor, permitindo reabertura gradual desses espaços, a biblioteca física se tornou uma extensão do digital!
Um exemplo clássico nesse período é o empréstimo agendado: o usuário solicita o material online e retira em dia e horário previamente agendado.
O mesmo vale para a digitalização: caso algum usuário solicite parte de material digitalizado, a biblioteca se organiza para fazer esse serviço presencialmente e enviar a cópia eletronicamente.
Um outro exemplo prático…
Para minha surpresa, encontrei um artigo científico que mostra a aplicação na prática desse conceito em uma atividade de leitura em biblioteca.
Confira uma tradução livre do resumo abaixo:
O surgimento de um modelo de “Novo Varejo” e a integração perfeita do comportamento do usuário online e offline formou um novo círculo industrial de negócios. Satisfazer as necessidades dos usuários de informação é a força motriz inesgotável para o desenvolvimento de bibliotecas. A biblioteca adota o “Novo Varejo ”para realizar serviço de leitura cultural, que pode não apenas estabelecer um sistema moderno de oferta e demanda de leitura cultural para atender às necessidades dos usuários, mas também finalmente realizar a transformação do modo de serviço tradicional da biblioteca para o modo de serviço inovador no lado da oferta.[Método / Processo] Com base na teoria da gestão do ciclo de vida da informação, o artigo procura, a partir de uma perspectiva sistemática, analisar os elementos componentes do modo de serviço, mecanismo de operação e direção de aplicação da leitura cultural “Novo Varejo” da biblioteca; Além (sic) disso, com base na modelagem teórica, o autor escolhe a estrutura de serviço do “Menu Cultural Huiyue” aplicada na Biblioteca de Changchun e seu efeito de operação como um estudo de caso para explorar a tendência de desenvolvimento da modalidade de serviço de leitura cultural “Novo Varejo” da biblioteca. [Resultado / Conclusão] A integração do modo “Novo Varejo” e serviço de leitura de cultura de biblioteca é um modo de serviço inovador viável, que pode melhorar muito as necessidades e a satisfação do usuário, enquanto isso, melhora a reputação da biblioteca, otimiza os processos de negócios e melhora a eficiência do serviço.
O resumo acima pertence ao artigo “An empirical study of library cultural reading service under the new retailing model: taking changchun library as an example“, de autoria de Li Fei, Chang Sheng e Ke Ping. O texto está original em chinês. Utilize o Google Tradutor para traduzi-lo, caso queira se aprofundar (as ferramentas de tradução melhoraram muito de uns anos para cá!).
Parece loucura aplicar esse conceito em bibliotecas, mas não é. Loucura é não observar o comportamento do usuário no mercado (e até como o mercado modifica o seu comportamento, a exemplo do new retail!) e seus hábitos de consumo.
Afinal, o mesmo usuário que frequenta a biblioteca da sua instituição é um consumidor como você, seja online ou offline. Por isso, oferecer uma experiência ao usuário em padrões novos ou que ele já esteja acostumado é (e acredito que será cada vez mais para as bibliotecas daqui para a frente) será não só um diferencial, mas uma necessidade.
Que em 2021 você possa utilizar esse e outros conceitos para inovar, ampliar ou (re)desenhar os produtos e serviços da biblioteca da sua instituição!