Quando 1984 foi publicado no Reino Unido, em 08 de junho de 1949, um crítico perguntou se um romance tão oportuno naquele momento teria a possibilidade de exercer a mesma influência nas gerações seguintes. Hoje, é praticamente impossível falar sobre propaganda, vigilância, autoritarismo ou fake news sem fazer referência à obra-prima de George Orwell. Em O ministério da verdade (Companhia das Letras, 488 pp, R$ 89,90 – Trad.: Claudio Alves Marcondes), o crítico britânico Dorian Lynskey remonta a gênese de 1984 e investiga o alcance do romance na nossa cultura. Além de expressões que se tornaram corriqueiras como “Big Brother”, “Polícia das Ideias”, “duplipensar”, “pensamento-crime” e “Novafala”, Lynskey mostra ao leitor como o romance inspirou filmes, séries de TV, peças de teatro, óperas, o álbum Diamond Dogs, de David Bowie, os livros O conto da aia, de Margaret Atwood, e V de Vingança, de Alan Moore e David Lloyd, o filme Brazil, de Terry Gilliam, entre outras obras. De modo acessível e informativo, o autor afirma a grandeza duradoura do romance de Orwell.
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