Profissões pouco populares que ganham espaço nos concursos públicos

Amanda Moura (amanda.moura@oglobo.com.br)

Rio – A escolha da carreira a seguir normalmente é cercada por indecisão e muita expectativa dos mais próximos. As alternativas clássicas, como medicina e direito, são sempre bem-vindas. Mas o anúncio da escolha de cursos menos populares, como arquivologia e biblioteconomia pode causar estranheza. A pergunta que, provavelmente, surgirá é: há mercado para essas carreiras? Sim, há! Apesar de pouco conhecidas, são opções interessantes aos que buscam uma vaga no mercado público.

Só este ano, Banco do Brasil, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) ofereceram oportunidades para bibliotecários e arquivistas. Dentre os candidatos à vaga na Finep, Isabela Siebra foi uma das bem-sucedidas no concurso. A bibliotecária está aguardando agora ser chamada para a vaga.

– Estou muito animada e ansiosa para ser chamada para a Finep. Inclusive, já passei também para a Uerj e pro Ministério Público, mas ambos são para cadastro de reserva. Sempre atuei na minha área, nunca tive problemas com isso – afirma Isabela, 41 anos, formada desde 1991, e atualmente trabalhando na biblioteca da Faculdade da Academia Brasileira de Educação e Cultura (Fabec).

Alex Mendes, professor da Academia do Concurso, analisa o cenário dessas carreiras:

– Em muitos concursos, o número de candidatos com a qualificação exigida ou que se interessem pela função gera baixa procura relativa, considerando a média de demanda por outros concursos. Essas vagas são pouco divulgadas e, consequentemente, desejadas, gerando, assim, uma relação candidato vaga mais atraente.

O arquivista Renato Valentini também não tem do que reclamar sobre sua área. Há um ano e meio atuando nos arquivos da Fiocruz, o profissional lamenta apenas a pouca importância dada a profissão.

– A procura por essas carreiras ainda é baixa, considerando a importância delas. Porém, venho notando nos últimos anos alguma melhora nesse sentido. As pessoas estão começando a valorizar aqueles que organizam e facilitam o acesso a documentos importantes para a história da sociedade.

Marcelo Marques, diretor do Concurso Virtual, destaca ainda outras carreiras que também apresentam muitas vezes interessante relação candidato-vaga:

– Vejo isso ocorrendo também, por exemplo, com cargos como políticas públicas e gestores públicos, em função da modernização pela qual a administração pública vem passando – opina Marques.

Mendes lista, ainda, mais carreiras nas quais a busca é abaixo do esperado:

– Concursos para museologia, serviço social e relações públicas são alguns casos. São carreiras atraentes de nível superior, com boa remuneração, benefícios e, o mais importante, estabilidade. Mas acredito que a tendência é que ocorra, nos próximos anos, com a profissionalização do serviço público e os ajustamento de conduta, provocando a demissão dos terceirizados, uma busca ainda mais efetiva por carreiras, até então, desprezadas.

Marques finaliza com um incentivo:

– As pessoas ainda não têm tanto conhecimento das oportunidades em algumas carreiras específicas que os concursos oferecem. Inclusive, muitas pessoas que têm diploma de nível superior acabam fazendo concurso para nível médio acreditando ser mais fácil de passar. E, na verdade, isso é um mito. Atualmente, a concorrência dos concursos de nível médio está muito grande, o que, consequentemente, faz com que o concurso seja mais disputado, dificultando o ingresso. Portanto, acredite nessas oportunidades específicas.

Disponível em: http://oglobo.globo.com/economia/boachance/mat/2011/10/25/profissoes-pouco-populares-que-ganham-espaco-nos-concursos-publicos-925652449.asp. Acesso em: 27/10/2011.

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