Dia do Bibliotecário: Entrevista com José Domingos Brito

Para comemorar o Dia do Bibliotecário, o Mundo Bibliotecário realizou uma entrevista exclusiva com fundador do Sindicato dos Bibliotecários, Cientistas da Informação, Historiadores, Museólogos, Documentalistas, Arquivistas, Auxiliares de Biblioteca e de Centros de Documentação no Estado de São Paulo (SinBiesp), José Domingos Brito!

Confira!

Mundo Bibliotecário – Como você se tornou bibliotecário e quando você começou?
José Domingos Brito – Entrei na biblioteconomia por acaso. Em 1970, aos 20 anos, estava entediado com meu trabalho e vi um anúncio fechado (não informam o contratante) no Estadão. Mandei curriculum, me chamaram e vi que era a BIREME-Biblioteca Regional de Medicina, atual Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde. Fiquei lá três anos e não me animei em seguir a profissão. Queria ser professor de história e fiz o curso de Estudos Sociais. Em seguida, viajei por 6 meses e quando voltei fui trabalhar no Metrô de São Paulo, na organização de um serviço de documentação e pesquisa, devido ao fato de ter trabalhado na Bireme. Me dei bem no trabalho e fiz o curso de biblioteconomia, concluído em 1976.

MB – Fale um pouco sobre sua experiência profissional.
JDB – Como se vê, fui bibliotecário antes de me formar. Fiz o curso para sacramentar uma atividade que já vinha fazendo. Sempre trabalhei na organização ou reorganização de bibliotecas de empresas e instituições, na documentação técnica. Organizei centros de documentação e/ou bibliotecas na CET-Companhia de Engenharia de Tráfego, Secretaria da Fazenda, CMTC-Companhia Municipal de Transportes Coletivos, Ed. Abril, Fundação Getúlio Vargas e Parlamento Latino-Americano. Hoje sinto falta de não ter trabalhado numa biblioteca pública, atendendo leitores.

MB – Qual foi a sua melhor experiência como bibliotecário?
JDB – Me dei bem em quase todos os trabalhos. Mas, no Metrô a experiência foi melhor devido ao fato de estar implantando uma nova tecnologia, novo meio de transporte num ambiente profissional excepcional do ponto de vista das relações humanas. Até hoje mantenho amizade com estes amigos.

MB – Qual foi a sua melhor experiência como usuário de uma biblioteca?
JDB – Em 1980 fui fazer Mestrado em Ciência da Informação, na ECA/USP com enfoque na documentação jornalística e encontrei pessoas e acervos que me ajudaram bastante na pesquisa de informações sobre o assunto. Mas, não conclui o curso. Parei no primeiro ano, devido ao envolvimento na criação do Sindicato dos Bibliotecário.

MB – Qual é a sua atividade favorita como bibliotecário?
JDB – Atendimento ao público, pesquisa bibliográfica e elaboração de resumos.

MB – Qual evento profissional você mais gostou de participar?
JDB – Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, no Recife, na década de 1980. Estava na minha terra discutindo com os colegas o piso salarial da categoria.

MB – Qual aspecto da profissão você mais gosta?
JDB – Encontrar informações relevantes para servir o usuário em suas necessidades. É um ganho duplo: eu fico sabendo das novidades tecnológicas e o usuário também.

MB – Seus interesses e hobbies estão relacionados ao livro e à leitura? Ou você tem outros?
JDB – Sim. Gosto de ler, escrever, editar e divulgar. Tenho até um site (www.tirodeletra.com.br) para fazer isto. Mas gosto também de viajar, cinema e culinária.

MB – Se você pudesse voltar no tempo para quando começou como bibliotecário, que conselho você ofereceria para você mesmo?
JDB – Estude mais informática (base de dados) e leia muito sobre diversos temas.